Powered By Blogger

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Qualquer forma de amar vale a pena?


Todos tendemos a acreditar que o sofrimento é um sinal de amor verdadeiro, que se recusar a sofrer por amor é egoísmo, e que se um homem tem um problema a mulher deveria, então, ajudá-lo a mudar. Estas são algumas das crenças que ajudam a criar os sintomas de “mulheres que amam demais”, o vício de amar.
Quando amar significa sofrer, não é amor, é dor. E dor é sinal de que algo está mal ou doente e precisa ser tratado, cuidado.
Isto não pode ser feito pelo parceiro, não adianta querer que ele faça os curativos, amando incondicionalmente e que proteja de dores passadas e futuras.
Quando atribuímos ao outro o poder de nos fazer felizes é porque temos dificuldade de gostar de nós mesmos, é falta de auto estima e de auto valorização. Enfim, é falta de amor próprio, e amor próprio não diz respeito ao outro, mas a nós mesmos. Antes de ser uma dificuldade de relacionar-se com o outro, é uma dificuldade de relacionar-se consigo mesmo.
Como uma pessoa que não se ama pode conseguir acreditar que um outro poderia amá-la? Parece difícil, não?
Não se sentir digna de amor e incapaz de cuidar de si mesma gera uma imensa necessidade de ser amada, para cobrir esse vazio, e um grande medo de ser rejeitada e abandonada. Esta é uma crença bastante limitante e, portanto, um caminho estreito em direção ao sofrimento. Esta postura mental certamente é refletida a nível comportamental, passando uma mensagem inconsciente que atrairá homens inadequados e inacessíveis para cumprir a auto profecia criada pela crença que diz que ela será abandonada por não merecer amor.
Uma pessoa com este padrão mental conseguirá somente relacionamentos difíceis e sofridos, o que não é nada sadio. Mas, apesar de sofrer, não quer sentir a dor do abandono e quer acreditar que a força do seu amor ou do seu sofrimento poderá mudar o comportamento do outro e obter o amor que deseja. Assim se esforça e “ama” cada vez mais e mais.
É assim que o amor se torna um vício, onde a mulher se sente dependente deste homem. A função do vício de uma forma geral é anestesiar a dor de uma realidade intolerável. No caso do vício de amar, a euforia da paixão e até mesmo o sofrimento anestesia a dor maior de não se amar e de não se sentir capaz de cuidar de si mesma.
Sair desse círculo vicioso sozinha é quase impossível. É necessária a ajuda de uma terapia e apoio de um grupo terapêutico com profissionais especializados em relacionamentos. O primeiro passo é o reconhecimento e o caminho para resgatar o poder pessoal é o auto conhecimento.
Crenças e valores funcionam em um nível diferente da realidade e por isso são difíceis de mudar com regras de pensamento lógico e racional. Quanto menos nos conhecemos, mais chance temos de achar que somos errados enquanto pessoa. Através do auto conhecimento, aprendemos a arte de acreditar que podemos ser felizes e aumentamos nosso potencial para tanto. Reconhecemos em nós crenças e talentos fortalecedores e transformamos as crenças que nos limitavam criando assim condições para sermos verdadeiramente felizes e conseqüentemente nos relacionarmos mais saudavelmente.
Ser feliz no amor é possível. Para isso é preciso amar o outro. Para amar o outro é preciso amar a si mesmo. Para se amar, é preciso se respeitar. Para se respeitar é preciso se aceitar. Para se aceitar é preciso se conhecer.
Seja feliz.

sábado, 7 de julho de 2007

Quando o homem é um blefe


O que adianta ser gatinha, se cuidar, ter um corpo sarado, dominar um vocabulário extenso, ser boa companhia, mas não a mulher ideal para ser “a namorada”? No masculino ou no feminino, isso acontece quase sempre, mas acredito que numa proporção de uma vez entre um milhão. Mesmo assim, existem inúmeras formas de dar um fora em alguém e não há uma pessoa nesta vida, que já não tenha passado pela dolorosa experiência de ser descartada – ato muito usado em rodas de carteado, quando o “jogador” ou “blefador” rejeita, joga fora após o uso ou simplesmente livra-se de algo importuno, que não serve. E, como num disputado jogo, a vida segue depois do descarte, porque novas cartas, digo, pessoas, hão de surgir.
Pois bem... Se analisarmos como a palavra descartar se encaixa perfeitamente na história de personagens que já passaram pela situação, chegamos a ponto de acreditar que ainda pior que ser descartado é sofrer indiferença. Imagine-se sendo rejeitado. Deu pra pelo menos ter uma idéia do que isso significa? Então, esclarecendo, na indiferença há a demonstração clara do desinteresse e a consciência do que não é bom e nem mau, ou seja, tanto faz.
No descarte propriamente dito, você sabe quando algo ou alguém lhe serve, pode até levar em conta, usar e depois jogar fora. Mas e quando o ser rejeitado não aceita porque não entende o motivo pelo qual fora colocado de lado, jogado pra escanteio? Ai é que o problema passa a existir, porque é neste momento que a “peça” inoportuna do “jogo” começa a ser impertinente, maçante, a importunar com súplicas repetidas, a aborrecer, causar transtornos e, em alguns extremos, causar embaraço diante de situações um tanto quanto delicadas.
Não é fácil lidar com um caso como esse e muito menos ser personagem de uma história parecida. No entanto, como o descarte só existe na vida porque as pessoas “blefam”, como num carteado, agindo como se tivessem “cartas” melhores para iludir os outros e para enganar a si mesmo, esse momento de ilusão, de devaneio, quando se toma uma coisa por outra, acaba, chega ao fim.
Pro “jogador” ou “jogadora”, falta esclarecer que na vida, mesmo que em um jogo de cartas, a peça que você descartou em dado momento pode não ter sido útil, necessária ou ter servido. Contudo, essa mesma carta lançada fora sem pensar numa jogada de mestre, em uma próxima rodada, vai ser o curinga que faltava ao seu vizinho, que, sabiamente, aproveitará bem a chance de ter nas mãos o indispensável para vencer, quando que por um ignorante e impensado “blefe”, você se deixou enganar. Pois é... Tarde demais. A partida acabou, pelo menos pra você.
Portanto, fica aqui um conselho. Antes de descartar algo ou alguém em sua vida por um ato impensado, imaturo e talvez, pouco inteligente, não avalie apenas o momento presente, porque vivemos do hoje, mas em função de um depois, do futuro. Lá na frente, daqui a horas, dias, semanas ou anos de nossas vidas, vamos sentir falta do curinga que tínhamos e jogamos fora, pois ali estava a chance esperada que foi desperdiçada pela vã ilusão de coisa melhor, uma ocasião melhor. E ali também pode ter ficado a oportunidade de ser feliz.
A vida acontece de forma mais rápida, mais fria e mais dolorosa do que em um mero jogo e, as pessoas não são como cartas que podemos brincar de pegar, descartar ou jogar fora. Blefar sozinho é uma atitude mais inteligente e só quem vai sofrer é você mesmo. Na verdade, pode ser até melhor continuar enganando a si mesmo, porque um mau jogador sempre acredita que consegue esconder uma situação pouco durável.