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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Descubra-se e seja feliz!

Quem nunca se sentiu enganada num relacionamento que atire a primeira pedra. É quase impossível viver sem passar por uma experiência desta, que pode começar na espera do telefonema que não foi dado ou até uma possível traição. Nos dois casos o segundo personagem, ou seja, seu parceiro, será sempre o cafajeste.
Para começo de história, um homem que diz que vai aparecer e não aparece ou diz que vai ligar e não liga, normalmente não vale o pedaço de papel onde o número do seu telefone está anotado, portanto, não vale lá grandes coisas. E por mais que você seja a normal de toda essa trama, vai sempre ficar se perguntando: “será que disse alguma coisa errada?”, “será que ele não gostou da minha aparência?”, “o que será que aconteceu?”.
Se não for difícil, que tal imaginar todos os erros nele, no cara que ficou de ligar e não ligou, que ficou de lhe procurar e desapareceu? Na verdade, costumo dizer que homens que desaparecem são tão comuns quanto a presença de ratos em esgotos. Impossível não existir e causar estragos.
Lembre-se de uma coisa... homem que desaparece no ar só pode ser um mágico. Ele lhe faz “flutuar” com palavras bonitas e carícias maravilhosas e depois ensaia o truque do desaparecimento, num estalar de dedos. Após algum tempo, ele reaparece, possivelmente para tentar fazer truques com seu dinheiro e depois, vai querer lhe mostrar como faz para serrar você ao meio, antes de desaparece novamente, claro!
E pode saber que esse mesmo homem que lhe deixou triste, fez chorar, gastou seu rico dinheirinho e destruiu seus sonhos, um dia volta e ele sempre reaparece, em geral, no momento quando você está bem, que já o esqueceu ou encontrou um outro homem, mais maravilhoso, honesto, sincero e, se tiver sorte, lindo.
Podem existir milhares de motivos para alguém sair da sua vida, no entanto, em todos eles, é necessário que ele seja verdadeiramente homem para buscar as palavras necessárias que dêem um fim, pelo menos digno, ao relacionamento.
E por mais que você aceite o término, todo envolvimento quando chega ao final causa uma dor ainda maior do que a vivida antes mesmo disso acontecer. A gente sente quando algo não vai bem, até no relacionamento e sabe para qual direção caminha. Normalmente tentamos amenizar a dor, mas jamais deixaremos de sofrer.
Os amigos sempre estão por perto para oferecer o ombro e deixar que você desabafe. Porém, somente você será capaz de descobrir-se e vencer a dor da perda. Talvez consiga, ainda com todo sofrimento, encontrar explicações e justificativas que levaram ao fim da relação. Talvez você mesmo, no seu subconsciente, tenha pedido isso ou tenha reclamado algumas coisas que você sabe não teriam dado certo se continuasse insistindo nesse envolvimento.
A dor da perda, só a conhece bem quem já sentiu. E quem sentiu e sofreu com o fim de um relacionamento sempre irá demonstrar força para enfrentar o mundo pela frente, esteja ele ou não disfarçado de “país das maravilhas”, afinal de contas, normalmente nos forçamos a acreditar que uma relação é um filme de romance com um final feliz, embora prefiramos esquecer que existe um final.
Na verdade, a única certeza que deveríamos ter é que se um homem desaparece, a única reação apropriada deveria ser de alívio por não ter se envolvido demais com um cafajeste como ele. Acredite... isso leva a crer que algo especial está guardado para você e se é para ser seu, não será de mais ninguém.

sábado, 29 de março de 2008

“Nascer sorrindo, viver fingindo e morrer mentindo”


Esta parece ser a receita dos políticos corruptos do nosso país e, porque não, da nossa querida Campos. Desde o ano passado, a população campista esperava ansiosa o pronunciamento da Justiça para dar um basta nos desmandos e descasos vividos nessa cidade. Os valores pagos pela Prefeitura de Campos com o aval do Chefe do Executivo para obras que não saíram do papel e outras que tiveram valores escancaradamente superfaturados, enriqueceram algumas dúzias de empreiteiros, assessores e amigos particulares do prefeito afastado Alexandre Mocaiber, que ostentam luxos em suas mansões e carros importados que ainda trafegam pelas ruas esburacadas do município.

E embora tenha feito tanta coisa errada em pouco tempo de governo, ainda assim, Mocaiber cogita a idéia de voltar a atuar “afanando” - não é isso? -, o dinheiro público que deveria ser destinado à saúde, educação, saneamento básico e infra-estrutura. Parece que o período em que agia de má fé foi pouco para juntar um dinheirinho, afinal de contas, quem esquece quase R$ 30 mil em um cofrinho “por cinco anos” - como ele mesmo declarou achando ser sua defesa -, precisa mesmo de muito dinheiro para fazer esquecer valores menores. Aliás, não podemos esquecer do banheiro público construído pelo mesmo valor que havia no cofre de Mocaiber, em Goitacazes.

Em todos os eventos que o prefeito afastado aparecia, exibia aquele seu sorriso cínico, descarado e despreocupado com o que o futuro lhe esperava. Pessoas como ele, são acostumadas a tentar calar a Justiça com dinheiro – o mesmo que deveria estar garantindo o essencial à população. Repugnante olhar imagens de um ladrão usando o que não lhe pertence em benefício próprio, porque este homem ao qual chamávamos de prefeito não é melhor que qualquer ladrão de galinha. A diferença entre um e outro é o maldito foro privilegiado.

E não pense que as outras pessoas que estavam com ele no camarote de R$ 100 mil na Marquês de Sapucaí, no último mês de fevereiro, são menos culpadas ou participam menos da quadrilha que afanava os cofres públicos de Campos. São cúmplices e coniventes, por fingirem não ver nada ou simplesmente ajudavam a encobrir o mal praticado por Mocaiber e seu bando de larápios.

É por isso que digo que já nasceram sorrindo, vivem fingindo que nada aconteceu e morrem negando o que fizeram, mentindo até o último segundo.

Riquezas foram feitas às custas do povo de Campos. Palácios, mansões foram erguidas enquanto a população padecia de abrigos. Luxos eram sustentados durante os shows superfaturados que iludiam as pessoas, no mais claro exemplo de descaso. Esperanças eram frustradas pelas obras que nunca saíram do papel, mas mesmo complicando a vida de centenas, enriqueceram alguns gatos pingados.

Costumo dizer que vergonha, em Campos, passou a ser artigo raro. Aqui, a desonra, o vexame e a humilhação que muitos passaram ao serem algemados e desmascarados em rede nacional, não atingiu em nada a quadrilha que atuava abertamente e muito menos, aos que eram favorecidos por baixo dos panos com propinas. Porém, os que foram presos são apenas peões, porque o chefe da quadrilha continua solto e a população quer saber quando ele vai pagar pelos crimes que cometeu.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Atropelando a felicidade


     Sempre viveremos em busca de realizar nossos sonhos, mas será que seremos capazes de assumir tudo o que deixamos de viver por causa desses desejos intensos e que por muitas noites nos tiraram o sono? Na procura por resolver tanta coisa ao mesmo tempo, no corre-corre do dia-a-dia e nas horas de cansativos trabalhos, sequer pensamos nas pessoas que poderiam partilhar momentos maravilhosos a nosso lado. E já os que têm a felicidade de ter bem pertinho quem realmente se importa com seu bem-estar e torce por seu sucesso, esses sim, são os que menos valorizam o verdadeiro tesouro que possuem.

     Muitas vezes escutei a frase “nunca corra atrás da felicidade, porque poderá passar por ela e não percebê-la”. Isso só acontece quando deixamos de perceber o mundo a nossa volta e nos preocupamos mais com o nosso “umbigo”, afinal de contas, a vida tem moldado as pessoas de uma forma tão egoísta que, na busca pelo tão desejado objetivo, atropelam quem quer que seja.

     No entanto, não é só o egoísmo que nos afasta de quem nos ama ou de quem amamos e não temos coragem para dizer. Ou seja, além do egoísmo e da falta de coragem, temos um mostro ainda maior que habita dentro de alguns de nós e que vai corroendo até não sobrar mais nada: o orgulho.

     É uma sensação de que se você ceder em determinado momento por causa de alguém, estará entregando os pontos, ou simplesmente “jogando a toalha”. Em uma forma mais sensata de explicar, parece que você está brincando de cabo de guerra, só que nesta disputa é apenas você quem segura as duas pontas da corda.

     E por mais que tente, não consigo imaginar uma pessoa orgulhosa e ao mesmo tempo feliz. Analisando o relacionamento amoroso, por exemplo, vejo a figura de uma namorada ou esposa dedicada junto a um homem que jamais abrirá mão de algo pela felicidade alheia ou nunca será capaz de fazer alguma coisa que deixe sua parceira feliz. Tudo isso porque não existe a sensibilidade de se importar com o próximo, com o bem-estar alheio.

     Quantas vezes você olhou o telefone em cima do móvel, segurou o aparelho nas mãos com uma vontade enorme de ligar para quem ama só para saber como está, se precisa de alguma coisa ou só para ouvir o som da voz? Se ficou apenas na vontade, você também tem um inimigo a derrotar dentro de si e que, ao invés de lhe fazer bem, achando que o mundo gira em torno de você, está lhe destruindo aos poucos.

Curiosas sofredoras



Se sabemos que o amor faz sofrer, porque a incansável insistência em querer ter alguém ao nosso lado? É insano e ao mesmo tempo punitivo insistir quando sabe-se que a resposta para o que procura ou o que deseja, será um não estridente e doloroso. E ai, valeu a pena tantas noites perdidas pensando nas coisas que poderia fazer ao lado de quem gosta se o sentimento não é recíproco?
O medo das pessoas em assumir seus sentimentos e vivê-los tem a capacidade de torná-los ainda mais vulneráveis do que se tivessem a firmeza de pensamento e uma decisão. Porque criar expectativas onde já foi um jardim florido e hoje nada mais é que um pedaço de terra infértil, incapaz de fazer qualquer coisa, incapaz de voltar a ser um imenso colorido?
Em seu egoísmo e na ânsia de livrar-se das situações e sentimentos que nos sufocam, pressionam e cobram, acabamos por atropelar chances que a vida nos apresenta como a oportunidade de experimentar ser feliz. Talvez seja a única chance e, em nossa ignorância, deixamos escapar como uma bela e rara borboleta que encanta e enche os olhos de quem tem a sensibilidade de apreciar sua beleza e coragem de enfrentar o mundo, quando muitos se escondem de uma simples e inofensiva chuvinha.
Até o mais forte dos homens é capaz de ver sua base tremer diante de pensamentos confusos e da falta de pulso para encarar a oportunidade de se deixar amar, sentir-se especial e único. Então, de que adianta demonstrar ser um paredão quando um mero sentimento consegue abalar suas estruturas?
Existe um imensurável abismo entre os sentimentos de um homem por uma mulher. Cada um avalia os obstáculos e dificuldades como é capaz de superar, enfrentar. Se um abismo para mim não é algo intransponível, para você pode ser o fim da estrada, a oportunidade para desistir e a chance que faltava para abrir mão de tudo – talvez até do que nunca pensou ter.
Esse texto é apenas um elogio aos homens de coragem, que não fogem a luta e não desistem dos seus sonhos. Que seus corações continuem espaçosos para caber tanto amor e sua vida sempre aberta a novas oportunidades. O medo pode até existir dentro de você, mas nunca abra mão do que sente quando não sabe ao certo se o que teme é real ou imaginário, como muitos que surgiram em seu caminho e o fizeram sofrer tanto, mesmo que em silêncio.
Portanto, seja feliz sem precisar fazer ninguém sofrer. Sua felicidade será em dobro ao saber que faz tanto bem a alguém.

A eterna guerra dos sexos


A disputa de poder entre homens e mulheres deixou de ser apenas em território profissional. Agora, a guerra dos sexos também ganhou espaço entre as amizades e os amores. A busca individual pelos interesses próprios parece estar crescendo e a força, que antes unia um casal e que era a responsável por fazer com que homem e mulher conjugassem mais vezes e verdadeiramente o pronome “nós”, está enfraquecendo.
É comum numa conversa entre o casal, um deles falar: “Estou precisando de férias. Seria bom descansar longe de tudo e voltar renovado para o trabalho”. Você, do lado daquela pessoa com quem divide, além de sua cama, seus projetos de vida, simplesmente foi colocada de lado.
Enquanto no universo masculino torna-se tão fácil descartar o outro como a um objeto que não deseja mais entre dezenas que poderia substituir, no mundo feminino tudo permanece rosa, tranqüilo e a dois. A mulheres querem mais é conjugar muitas vezes o “nós”, como se estas três letrinhas significassem seu porto seguro, a garantia de dias felizes.
Nos salões de beleza os papos são sempre os mesmos: “Meu namorado não deixaria eu cortar os cabelos nunca”. “O meu não gosta de esmaltes escuros, por isso sempre escolho as cores mais clarinhas”. “Estou fazendo escova porque ele disse que vai me levar pra jantar hoje e sugeriu que fizesse algo diferente no cabelo”. Esses são verdadeiros exemplos de personalidade!
Nos bares, a conversa não tem um tom possessivo e, diferente do que as digníssimas pensam, elas não são o foco do assunto. Já viu homem conversando em grupo sobre a própria mulher? Nem em filme, pode acreditar! O assunto é mulher sim, mas as dos outros e o pronome mais usado é o “eu”, sozinho mesmo, entende?
Se tocar no nome da própria mulher numa roda de amigos, certamente vai ser para questionar o que fez de errado ou o que poderia fazer para melhorar alguma coisa. Já reparou que nada para os homens está bom? Sempre falta alguma coisa, por mais insignificante que seja.
Mas como viver sem esses cabeças-duras que fazem de um dia nebuloso o mais belo pelo simples fato de existirem
Acontece que, diante de tudo isso, o universo masculino não existe sem a gente, ilustres vidas inteligentes e sem as quais, jamais saberiam viver. E se não existíssemos, seriam eles e, possivelmente, uma televisão, afinal de contas, o aparelho não responde, não tem personalidade própria e eles conseguem controlar apenas por um botãozinho, pelo menos os que dominam a técnica

Carla Flávia

8 de maio de 2006.

Até onde ir sem perder o encanto e o mistério?

Este talvez seja o maior desafio da vida a dois: nunca se deixar decifrar totalmente pelo outro. Fechar a porta em alguns momentos para não expor o corpo e a alma em toda e qualquer situação. Há sempre a necessidade de discutir o delicado equilíbrio entre partilhar e se resguardar.
Viver uma vida a dois é como brincar de amarelinha. O céu e o inferno moram perto, e você tem que tomar muito cuidado para não estacionar o pezinho na casa errada e voltar ao começo do jogo. Afinal de contas, como é que se faz para manter o mistério quando a gente dorme e acorda na mesma cama, quando o namoro vem tão firme que, na casa dos seus pais, ele tem lugar certo à mesa e participa do amigo-secreto natalino?
O "até que a morte nos separe" não é exatamente um caminho sem sustos e desgostos. Somos e seremos um pro outro esta matéria impenetrável, constante motivo de assombro, de dor e de alegria.
Uma união estável requer uma boa cota de intimidade, mas é preciso ler a bula antes.
Intimidade demais, aquela intimidade invasiva e triste, nossa! Tem uma lista de contra-indicações para amores de todas as faixas etárias. Aquele cara ao seu lado viu você viver uma série de situações lindas e um punhado de problemões, viu você vestida de noiva e urrando de dor na hora do parto. Viu você tantas vezes que pode, de olhos fechados, resumi-la, descrevê-la, adivinhar a cor do seu esmalte ou o seu medo mais escondido. Isso é uma alegria e um tremendo problema. Queremos sempre alguém que tenha algo de novo, que nos surpreenda e que se surpreenda conosco.
Daí que o tempo é uma montanha - pode impedir que a gente siga em frente, por ser alta demais, íngreme demais, pedregosa demais, ou pode nos levar até o céu, desdobrando lugares aos nossos olhos pasmos e enlevados de vertigem. O sucesso da jornada vem de saber seguir por esse caminho sem pisar no pé do outro. Desistir da montanha pode provar duas coisas: ou não valia a pena e o melhor mesmo é ficar à sua sombra, esperando companhia melhor para a jornada, ou a caminhada rumo ao seu cume não foi bem planejada. Afinal, tudo que é feito a dois requer uns planinhos e coordenadas, acordos simples que se renovam no decorrer da subida.
Os casais escalam a montanha todos os dias. É um trabalhinho lindo e complicado. Dividir casa, comida e roupa lavada. Dividir amor, décimo terceiro, sonhos, garagem e banheiro. Dividir as gavetas daquele closet pequeno demais. Dividir os medos. E as vontades. Você vai primeiro que eu vou depois. Dividir os silêncios. Guardar pequenos segredos. E pensamentos. Ai, como é importante ter seu pequeno manancial de coisas pessoais. Ai, como é importante aceitar o mistério alheio e seus reveses.
Como o Pequeno Príncipe, sempre pode nascer um baobá no nosso planeta e acabar com tudo. A nossa rosa pode morrer de sede e quem sabe, tolos, nem notaremos. Como o planeta é nosso, como a rosa foi plantada a dois, ai, meu Deus, é preciso falar sobre os dois exaustivamente. É preciso prevê-los, reformá-los, colori-los e organizá-los duas vezes por semana.
Aí você se pergunta: mas como é que vai haver mistério neste outro que vive ao toque da minha mão? Como vai haver encanto em cuidar desta mesma rosa, em habitar este planetinha para sempre, esta montanha, esta casa, este contrato de casamento?
Decifrar o nosso amor não é devorá-lo. Temos, que nos moldar uns aos outros, e não nos intrometermos a ponto de não sabermos mais com que pernas, no caso de um contratempo, devemos partir. Cada um com as suas angústias, pernas e segredos.
Como um chef que guarda a sua receita num cofre, guarde também um pouco de si. Não há nada de egoísmo nisso. Guardar é preservar, e quem preserva, tem por muito tempo. Tenha para dar ao seu namorado, marido ou amante. Tenha para os anos. Tenha para quando chegar ao cume da montanha, servir num piquenique com vinho e toalha xadrez. Viver juntos não é viver grudados.
Não há poesia que resista ao outro usando fio dental na nossa frente. Essa máquina que é o corpo humano guarda lá suas pequenas miseriazinhas, e é para isso que existem as portas e as chaves. A mente humana também merece os mesmos segredos. Amar não é dizer tudo, tudinho. Amar é viver neste jogo de erros e acertos, colocando cartas na mesa e escondendo outras. Amar é a dança dos sete véus.
Com o tempo, caem os mistérios. Com mais tempo ainda, caem outras coisas. Não adianta. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. É preciso saber acertar a pedra na casa certa desse jogo de amarelinha. Esconder um pouquinho e, mais ainda, é preciso não dizer tudo o que se sabe do outro. Ninguém quer ser explicado, a gente quer é ser entendida. A gente quer é amar e se sentir amada.

Carla Flávia
25 de setembro de 2006.

Quem entende a cabeça dos homens?


Quem entende a cabeça dos homens. Acredito que nem eles mesmos conseguem encontrar um paralelo, ainda que coloquem diante de seus olhos duas linhas posicionadas lado a lado uma com a outra. Não sabem de tudo, mas insistem na tese de que têm sempre razão; acham que conseguem conquistar como num passe de mágica, no entanto se iniciam um namoro, não conseguem mantê-lo porque ou a garota se enche dele ou ele deixa a desejar em algum ponto. Mas como questionar tudo isso se dizem que o fato de Moisés ter ficado perdido no deserto durante 40 anos, foi porque era homem e homem nunca pergunta a direção, porque sempre acha que sabe?
E, quando você entra num bate papo na Internet, conhece um cidadão e inicia-se então o tão cansativo ritual do conhecimento: “oi”, “de onde?”, “quantos anos?”. Tá bom. Ficou interessante porque é mais ou menos o tipo legal para passar um tempo e, que bom, você teve a sorte de encontrar um que saiba conversar. Acredite, isso já uma vitória.
Papo vai, papo vem e o tempo vai passando. Chega um certo momento em que você vai ficando saturada de imaginar alguém por uma tela, até o rapaz decidir descrever suas características físicas e profissionais. Ótimo. É nessa hora que você pode ser tudo, basta ter uma imaginação fértil – não que seja o caso do rapazinho.
Terminou o papo e já no outro dia, ele tenta novo contato. Tudo bem, mas calhou de naquele dia você não está de bom humor para falar com ninguém, nem ao menos dar boa noite. O coitado insiste e as perguntas parecem bombardear: “o que fez de bom hoje?”; “disse que me conhecia, lembra de onde?”. Ai, não tive como evitar. Respondi que lembrava sim. Ele aproveitou a deixa: “deve ter sido de alguma novela”. Contei até quanto consegui e respondi: “mulheres inteligentes não assistem novela”. Ele indagou: “teria sido de um filme então?”. Depois de saber os atributos físicos e já ter visto uma foto, falei: “deve ter sido sim, adoro filmes de terror”. Ele voltou ao assunto: “mas eu gosto de novelas”. Antes de mandá-lo desconectar, tive que educadamente responder: “querido, você já nasceu homem, querer ser inteligente é o mesmo que pedir um milagre, uma graça divina”.
Não é piada e muito menos historinha. Esse é o trecho de uma conversa entre dois adultos, na Internet, de um homem beirando seus 44 anos e de uma mulher de 30. E tem muita gente que acha difícil, complicado o relacionamento homem e mulher. Tem razão, porque uma mulher com o mínimo de inteligência + um homem de QI zero é = a um monólogo.

Falta tempo até para amar!


A falta de tempo parece ser o grande vilão dos relacionamentos neste século. O sentimento, as juras de amor, carinhos e o próprio sexo estão ameaçados pura e simplesmente pela má divisão de horários, seja no trabalho, nos estudos, nos cuidados com o lar ou na academia.
Os desencontros acontecem bem mais que os encontros e os reencontros são ainda mais complicados, cercados de cobranças, pressão e mágoa. No corre-corre diário, se torna impossível dedicar ao outro a quantidade de tempo que você reconhece merecer e a até mesmo, a mínima necessária para fazer com que as coisas pelo menos caminhem bem entre os dois, sem conflitos.
O trabalho suga, a cobrança intensifica as exigências e a perfeição ambicionada não chega ao mais alto grau de excelência. Mas se fosse só isso, talvez existisse um meio de dividir esses problemas e resolvê-los por partes. E seria ainda melhor se nos relacionamentos pudesse ser feito da mesma maneira, tão simples como aceitar estar distante de quem se ama sem sentir uma dor sequer.
O mundo mudou muito. As pessoas acompanham o ritmo, porque sabem que devem se adequar ao planeta e não ele aos seres humanos. Talvez o amor ainda seja, em algumas pessoas, o sentimento capaz de demonstrar a pureza de cada um, mas se o ignorarmos tão somente, seremos mais um numa multidão.
Ninguém quer contrariar seu parceiro, todos nós tentamos agradar, só que nem sempre conseguimos. E acabamos fazendo coisas que machucam, porque não conseguimos aceitar facilmente tanto os defeitos quanto as qualidades do outro. Mas, amor é aceitação.
Quase não achei tempo pra escrever esse texto. Acredita? Pois é.
Tenho certeza que nossa absoluta falta de tempo nada mais é do que uma desculpa. Atrás dela nos escondemos e nos esquivamos de muitas coisas. É a desculpa perfeita! Porque você acredita tanto nela, e porque passa muito tempo pensando e dizendo que falta tempo, que ele começa a ficar escasso. E como todos vivem nessa mesma situação, um acredita na falta de tempo do outro. Consegue perceber como a desculpa ficou perfeita e natural?
E essa terrível falta de tempo domina nossas vidas, domina nossas atitudes, nossas escolhas e até mesmo nosso tempo. Falta tempo pra comer. Falta tempo para visitarmos parentes queridos, aliás, falta tempo até para dar um telefonema e dizer que estamos com saudades. Falta tempo para ler, estudar, aprender coisas novas.
Falta tempo pra dar um beijo de verdade no seu amor e dizer o quanto ele é importante pra você. Falta tempo pra ouvir suas dúvidas e seus medos, e falta tempo até para perceber o quanto o ama. Falta tempo até para apoiá-lo em seus momentos difíceis. Falta tempo pra passear de mãos dadas, conhecer lugares novos, ou simplesmente contemplar o pôr-do-sol. Falta tempo pra sonhar e acreditar em nossos sonhos. Falta tempo até para perceber a falta de tempo que temos.

O tempo vai passando com a mesma velocidade que sempre passou. Mas parece que cada vez ele passa mais rápido. No entanto, ele é o mesmo, pra mim ou pra você. E olha que coisa incrível: ele não faz distinção de sexo, raça, cor, classe social, lugar. As mesmas 24 horas que ganho hoje, você também ganha. A diferença é o que fazemos com elas.
Estranho mesmo é escrever sobre o tempo, enquanto ele passa. E passa, e passa…

Um motivo para viver

Sonhos, projetos de vida. São esses os responsáveis por acordarmos todas as manhãs para enfrentarmos mais um dia de trabalho, novos desafios e algumas oportunidades para fazer com que cada um desses sonhos e projetos sejam reais.
Passamos anos batendo na mesma tecla, porque acreditamos naquilo que defendemos e queremos, seja para apenas massagear nosso ego ou então, com a importante missão de ajudar o próximo oferecendo melhor qualidade de vida a pessoas que ao menos conhecemos, mas que sabemos que através do nosso trabalho, terão uma existência mais digna, encarando as indiferenças e o preconceito de cabeça erguida.
Passam dias, meses e anos, porém, a capacidade de acreditar nos sonhos e lutar por eles, jamais nos abandona. Não importa a idade quando se fala em projetos de vida, pois seja aos 20, 30, 40 ou aos 60 anos, ainda assim, você terá a mesma determinação e força de vontade para realizar seus sonhos. Basta não desistir deles.
Até hoje, seis anos depois que a Equoterapia surgiu em minha vida, não sei o motivo que me levou até ela, mas entendo como uma missão que Deus, bondosamente, colocou em meu caminho. De uma hora para outra, sem saber o porquê, estava lá, nos cursos de Equoterapia, cercada por profissionais de várias áreas e, o que é mais tocante, entre crianças, adolescentes e adultos com diversos tipos de deficiências físicas e ou mentais, que estavam ali porque acreditavam e depositavam suas últimas tentativas no anseio de poder desfrutar de uma vida melhor.
Minha formação acadêmica nada tem a ver com a Equoterapia, que é uma terapia feita com a ajuda do cavalo e que transmite ao praticante, inconscientemente, os movimentos que não aprendera ou que tenha desaprendido devido a alguma deficiência nata ou adquirida. No entanto, meu projeto de vida passou a ser única e exclusivamente o de ajudar essas pessoas, desde que a Equoterapia passou a ser o projeto de vida que até então, eu não tinha.
Não importa quanto tempo levarei para colocar o projeto em prática através da construção de um centro de Equoterapia, e abrir as portas de um lugar onde não haverá diferenças entre as pessoas, porque as deficiências ficarão de fora, dando lugar ao respeito e a chance de poder voltar a andar, a falar e, principalmente, a sorrir.

Descobrindo a diferença entre o real e a ilusão


Enquanto se é criança, a gente acredita em muitas coisas até perceber que nada daquilo era verdade, então, avançamos mais uma etapa da vida conhecendo a diferença do que é real, verdadeiro para o que é mentira, um mero engano dos sentidos. Nesse momento, também passamos a conhecemos a maldade do ser humano, criada dentro de si mesmo com o único propósito de destruir vidas inteiras.
Quando chegamos a fase adulta, que conhecemos sentimentos como o amor e o perdão, tudo em nossa vida muda e, felizmente, para melhor. Amar pode ser um efeito maravilhoso na existência de um ser humano, no entanto, a dor que muitas vezes causa nos corações, almas e corpos apaixonados, é avassaladora. Viver uma dor de amor pode não ser o pior e mais cruel dos sentimentos, porque quem passa por ele, embora esteja consumido por uma tristeza profunda que além de lhe tirar a paz, deixa todo um mundo sem cor e completamente sem sentido.
E como saber se está vivendo um amor? Existem várias maneiras de amar, mas o amor verdadeiro faz você ter a sensação de estar ancorado num porto seguro, o sentimento de morar dentro do outro e não de estar só de passagem. O amor não tem uma definição, talvez porque seja impossível passar para o papel ou simplesmente transformar em palavras algo tão mágico e raro que acontece na nossa vida.
Se dependesse da vontade de cada um, só conheceríamos o amor, mas o mundo nos deu a possibilidade de que junto com este nobre sentimento, pudéssemos sabiamente aceitar que somos seres falhos, que erram, mas que possuem a capacidade de reconhecer, aceitar e perdoar o desvio do bom caminho.
Nem todos têm corações tão nobres que conseguem perdoar. Do alto de sua imponência julgam, classificam e condenam, sem olhar para os próprios erros do passado. A balança da vida tem sempre dois pesos e, em algumas situações, temos que escolher entre o certo e o errado, entre a verdade e a mentira e, entre o bem e o mal.
O caminho para uma vida feliz passa pela estrada da tristeza, do sofrimento, angústia e das indecisões, no entanto, só encontra morada se passar pelo perdão, porque não há como conhecer ou viver o amor se ainda não for capaz de colocar em prática o sublime dom de perdoar.
É assustador amar. É como pular de um avião em pleno vôo, ou seja, uma sensação única, entretanto, o risco de vivê-lo é intenso. Portanto, se existe a chance de você perdoar a quem te fez mal, perdoe, mas faça isso de coração aberto, perdoando do fundo de sua alma para que mais tarde não haja cobranças. Afinal de contas, todos sabemos que, na vida, se aprende mais com dez dias de agonia do que com dez anos de felicidade.
A vida é mesmo cheia de contradições, de paradoxos. Tudo é aproveitável, mesmo as decepções, os reveses, as frustrações, porque é a forma como reagimos às perdas que determina nossa trajetória.

Carla Flávia
27 de maio de 2006.

“Cuide bem do seu amor... seja quem for”

Às vezes parece necessário que um relacionamento tenha bula, explicando as dosagens certas de algumas substâncias, contra-indicações e possíveis reações ao excesso de sentimentos ou toques. Seria tão mais fácil seguir apenas um simples papel para a vida a dois ser “um mar de rosas”, sem as dolorosas crises, brigas e mágoas.
Não importa o quanto ou como você ama, porém a cada segundo isso é colocado à prova, como um teste de resistência. Pelo menos para uns, porque para outros, pode parecer um copo d’água que espera as últimas gotas para transbordar ou uma bomba, prestes a explodir a qualquer momento.
Os relacionamentos são como caixinhas de surpresa. No primeiro instante, você está louco para abrir e saber o que tem dentro. No entanto, depois que abre, descobre não ser a maravilha esperada. Não que exista culpa de uma das partes, mas por não saber viver cada experiência nova ou se adaptar ao diferente ritmo da outra pessoa.
Então, começa a rever os erros do passado, a recordar mágoas vividas e saber que aprendera, no momento preciso, a pedir desculpa, perdoar. Essas são duas peças fundamentais para que a vida de um casal seja próspera, feliz e o amor, um sentimento em constante crescimento.
Amar não é fácil. Exige dedicação, doação, compreensão, companheirismo, amizade, cumplicidade e muita, muita paciência para aceitar os erros do outro, seu ritmo de vida, seus desejos e, principalmente, sua privacidade.
Ontem, você pode ter amado intensamente e vivido uma dor terrível, uma perda que parecia irreparável. No entanto, a vida lhe mostra que tudo vem até você no momento certo, quando estiver preparado. Nenhum peso lhe é dado sem que seja capaz de carregar e sempre que isso acontecer, deve ser entendido como um ensinamento.
A vida a dois é mágica, intensa e rica de acontecimentos e fatos que a marcam para sempre. Saber ouvir e entender o outro é o segredo da felicidade e, às vezes, dizer o que pensamos ou queremos pode até magoar, mas deve ser dito para não ser adiado, reprimido ou transformado em outro tipo de sentimento, que não amor.
Não há melhor coisa que abraçar, beijar e acariciar quem amamos, como também não existe dor maior que estar com alguém sem que exista amor. Portanto, se você tem quem ama e retribui da mesma forma, renove este amor a cada dia e cuide para que, assim como uma flor, ele não morra por falta de zelo.
O corre-corre do dia-a-dia tem nos tirado muito do que podemos dedicar a quem amamos. Às vezes, ao menos conseguimos amar com tamanha intensidade que sabemos ser capaz, embora não percebamos.
O trabalho, as cobranças do chefe, a rotina e até a falta de novidades, de renovação, minam, corroem o amor, destruindo parte por parte de algo tão lindo e quando você percebe, é sempre tarde para juntar os pedaços.
Por isso, antes que se despedace, cuide.
Saiba dizer: “eu te amo”; envie flores sem que haja um dia especial para isso; mande mensagens de carinho; ligue ao menos para perguntar como o outro está ou surpreenda com simples momentos especiais.
A vida é curta demais para guardar mágoas, olhar cicatrizes do passado ou relembrar os erros cometidos. Guarde apenas o que lhe faz feliz e saiba dividir isso com quem você ama. Apenas isso vai valer a pena hoje e sempre.

I have a dream!

“I have a dream” (eu tenho um sonho). Essa frase foi imortalizada por Martin Luther King na década de 60, quando diante de uma multidão foi profundo e comovente em discurso sobre seu sonho de igualdade e justiça, num mundo onde todos os homens fossem criados iguais. Luther King morreu perseguindo aquilo que acreditava: seus sonhos. E nos dias atuais, até onde o ser humano vai e o que ele é capaz de fazer para realizar seus sonhos?
O verdadeiro sonhador é definido como aquele que acredita quando todos desacreditam; persiste, quando todos desistem; vive, enquanto os covardes, incapazes de sonhar, apenas sobrevivem. Ou seja, o verdadeiro sonhador enxerga além dos limites e é capaz de desafiar até mesmo o impossível na realização das suas metas.
Grandes sonhadores mudaram a história porque tiveram grandes projetos, provenientes de grandes sonhos. Lutaram, sofreram, viveram as perdas, no entanto, tiveram suas forças renovadas nas derrotas e os obstáculos fizeram renascer suas esperanças. Foi assim com Luther King, Thomas Edison, Abraham Lincoln, Sócrates, Platão, Agostinho e muitos outros pensadores.
Mesmo sem receber a confiança em seus sonhos e metas, existem muitos exemplos vitoriosos de que não se deve desistir ou desanimar. Henri Ford teve um sonho. Ele queria desenvolver o projeto de começar a construir carros. Não acreditaram em seu sonho, mas isso em nada mudou sua meta. A prova de sua persistência são os milhares de carros que rodam pelo mundo, nascidos de um sonho que nutria sua alma e mente, sem deixá-lo cair no desânimo.
Os sonhos fazem parte da vida de qualquer ser humano. Casar, ter um lar, ver os filhos cursando uma faculdade, conseguir fazer uma obra na casa, passar no vestibular, ser um grande profissional, comprar um carro, enfim, são tantos e de tão diferentes proporções, que seria uma lista interminável, porém, realizável.
De acordo com o psiquiatra Augusto Cury, autor do livro “Nunca desista de seus sonhos”, é possível destruir o sonho de um ser humano quando ele sonha para si, mas é impossível destruir seu sonho quando ele sonha para os outros, a não ser que lhe tirem a vida.
Portanto, sonhe e trabalhe incansavelmente para realizá-los, sem atropelar ninguém e sem deixar mágoas pelo caminho, porque quando alcançar o cume, depois de passar por cima de tanta gente, nada que fez valerá a pena.

“Nunca te vi, sempre te amei”

Homens e mulheres, seres tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximos. Por que se desentendem tanto? Seja num encontro de apenas uma noite, seja nos relacionamentos de longos anos, a dificuldade de comunicação quase sempre é a causa de desencontros que, em casos extremos, podem impedir uma relação de ir adiante ou simplesmente destruir as aparentemente sólidas.
Vergonha, medo de magoar o outro ou de se expor são sentimentos penosos e naturalmente explícitos. Afinal, a maioria de nós está preocupada apenas em satisfazer a si mesmo, deixando o outro sempre em segundo plano. Esse é o reflexo de uma vivência passiva, egoísta e que acaba tornando infeliz não só o casal envolvido, mas todo um mundo que vive a sua volta.
Mostrar-se preocupado com a felicidade do outro e a maneira de fazer com que isso aconteça, é uma demonstração humana, simples e fácil de amor ao próximo, com quem divide suas alegrias, tristezas e dúvidas. Fazer o outro feliz não é uma obrigação ou uma imposição, mas talvez seja a forma mais propícia para trilhar o verdadeiro caminho da satisfação pessoal e da felicidade.
“Tu és responsável pelo que cativas”. Esta frase foi imortalizada na obra “O pequeno príncipe”, de Saint Exupéry, podemos ser responsáveis por quem cativamos ou escolhemos para amar, mas isso nunca deve ser entendido como uma obrigação de fazer o outro feliz.
Em algumas fases da vida, passamos por cima de problemas e fechamos os olhos para os sinais de perigo que surgem pelo caminho. No entanto, é sempre bom lembrar que assim como os relacionamentos, enfrentamos altos e baixos, mas devemos estar sempre conscientes de que o amor proporciona momentos de felicidade e encantamento, porém não oferece certezas e não há garantias de ser eterno.
Portanto, ame de corpo e alma, sem medir gestos ou atitudes de amor, porque a vida continua seguindo a lei do retorno e, se você dá amor, carinho e prazer, terá tudo isso de volta, seja com quem está hoje ou não.

“Por ser exato, o amor não cabe em si...”


Depois do texto publicado no último domingo, ouvi uma pessoa muito querida conceituar o que verdadeiramente é o amor e como se manifesta a paixão. Nada melhor que ouvir tal comentário de quem conhece esses sentimentos tão misteriosos, confusos e que se fundem na vida dos seres humanos e em seus complexos relacionamentos.
O amor permanece, a paixão é passageira. E os dois sentimentos mexem profundamente com o coração, a alma e a rotina de qualquer um. Os dicionários jamais trarão na íntegra os significados desses sentimentos e apenas quem um dia experimentou, vivenciou ou dividiu, sabe a diferença e como explicá-los.
Talvez não exista, no vasto repertório de experiências humanas, nada que se compare a paixão. É um sentimento que nos faz viver momentos de expectativa, de excitação, de incerteza; que de uma hora para outra nos tira os pés do chão, deixando-nos “nas nuvens”. Mas esse “visto de permanência” no paraíso é sempre por tempo limitado.
Não sendo pessimista, no entanto, sem deixar de ser realista, a paixão pode acabar ou pode transformar-se em amor. Não se trata de uma escolha consciente ou de um fato premeditado; simplesmente, acontece. Enfim, paixão é emoção, amor é sentimento que “tudo espera, tudo crê, tudo suporta... o verdadeiro amor jamais acaba”.
E se a paixão é algo tão louco, desesperador, o amor é um pedaço do teu corpo entregue em outra alma. É o pensamento que vaga distante, quando o outro não está presente. É o jeito de falar com os olhos, sem precisar nada dizer.
Amar é saber que mesmo distante, tens teu coração junto ao de quem ama. Que podes penetrar no corpo, sem precisar tocar. É sentir que está perto, mesmo sem enxergar.
Como se as almas se encontrassem. Assim é o amor que nos faz sentir completo, pleno, cheio de forças e de sonhos. Que nos deixa sentir o toque, o cheiro, o gosto do outro, a respiração ofegar.
Amar faz crer que apenas um abraço sustenta, ampara.
O amor, o que é o amor nessa vida sem rumo, sem tempo certo?
Quem sabe o encontro da escuridão da noite com os raios do sol ou o nascimento da semente, que cresce para a vida, que faz crescer a flor, que exala o mais doce perfume e que se deixa morrer, para que dela outras possam nascer.
Pois é, o amor também rima.
Como a vida, que começa devagar, nos passos incertos de uma criança, depois continua na incerteza de passos ainda mais incertos. E por fim, se vê o caminho que o tempo não te deixou seguir, por não ter chegado a tua hora.
E quando é a hora de amar?
Que tal em todos os segundos que a vida te entrega, nas manhãs que o dia te chama e nas noites que o dia te cala?
Quer saber o que é amar ou quando está amando verdadeiramente, posso dizer que é quando teu coração se prepara para dar, não esperando para receber. Quando você se entrega, sem medo de perder.
Há muitas maneiras de amar e, como disse o escritor francês Albert Camus: “Se o amor fosse o bastante, as coisas seriam simples demais”. Portanto, cabe a cada um sustentá-lo e fazê-lo crescer, porque a vida é assim, acima de tudo, uma procura dos segredos do crescimento, e ninguém os conhece plenamente.O amor permanece, a paixão é passageira. E os dois sentimentos mexem profundamente com o coração, a alma e a rotina de qualquer um. Os dicionários jamais trarão na íntegra os significados desses sentimentos e apenas quem um dia experimentou, vivenciou ou dividiu, sabe a diferença e como explicá-los.
Talvez não exista, no vasto repertório de experiências humanas, nada que se compare a paixão. É um sentimento que nos faz viver momentos de expectativa, de excitação, de incerteza; que de uma hora para outra nos tira os pés do chão, deixando-nos “nas nuvens”. Mas esse “visto de permanência” no paraíso é sempre por tempo limitado.
Não sendo pessimista, no entanto, sem deixar de ser realista, a paixão pode acabar ou pode transformar-se em amor. Não se trata de uma escolha consciente ou de um fato premeditado; simplesmente, acontece. Enfim, paixão é emoção, amor é sentimento que “tudo espera, tudo crê, tudo suporta... o verdadeiro amor jamais acaba”.
E se a paixão é algo tão louco, desesperador, o amor é um pedaço do teu corpo entregue em outra alma. É o pensamento que vaga distante, quando o outro não está presente. É o jeito de falar com os olhos, sem precisar nada dizer.
Amar é saber que mesmo distante, tens teu coração junto ao de quem ama. Que podes penetrar no corpo, sem precisar tocar. É sentir que está perto, mesmo sem enxergar.
Como se as almas se encontrassem. Assim é o amor que nos faz sentir completo, pleno, cheio de forças e de sonhos. Que nos deixa sentir o toque, o cheiro, o gosto do outro, a respiração ofegar.
Amar faz crer que apenas um abraço sustenta, ampara.
O amor, o que é o amor nessa vida sem rumo, sem tempo certo?
Quem sabe o encontro da escuridão da noite com os raios do sol ou o nascimento da semente, que cresce para a vida, que faz crescer a flor, que exala o mais doce perfume e que se deixa morrer, para que dela outras possam nascer.
Pois é, o amor também rima.
Como a vida, que começa devagar, nos passos incertos de uma criança, depois continua na incerteza de passos ainda mais incertos. E por fim, se vê o caminho que o tempo não te deixou seguir, por não ter chegado a tua hora.
E quando é a hora de amar?
Que tal em todos os segundos que a vida te entrega, nas manhãs que o dia te chama e nas noites que o dia te cala?
Quer saber o que é amar ou quando está amando verdadeiramente, posso dizer que é quando teu coração se prepara para dar, não esperando para receber. Quando você se entrega, sem medo de perder.
Há muitas maneiras de amar e, como disse o escritor francês Albert Camus: “Se o amor fosse o bastante, as coisas seriam simples demais”. Portanto, cabe a cada um sustentá-lo e fazê-lo crescer, porque a vida é assim, acima de tudo, uma procura dos segredos do crescimento, e ninguém os conhece plenamente.

terça-feira, 25 de março de 2008

Dever cumprido, sempre!


Existe coisa melhor que recostar a cabeça no travesseiro à noite e conseguir dormir um sono tranqüilo? Existe coisa melhor que chegar ao trabalho já com a sensação do dever cumprido? Existe coisa melhor que andar pelas ruas e ouvir as pessoas elogiarem a empresa onde você trabalha pelo compromisso que sempre assumiu em honrar os ideais que norteiam a arte de informar? Duvido que exista algo melhor que tudo isso junto.

O jornal O Diário, embora seja um veículo de comunicação ainda novo com relação a tantos outros que existem por ai, é uma empresa comprometida com a verdade dos fatos, doa a quem doer. E sua equipe de profissionais, são pessoas sérias das quais muito orgulham a diretoria, pelo entusiasmo no exercício de suas funções; a alegria que motiva a luta diária de informar e a paixão incomensurável pelo jornalismo.

E não poderia deixar de frisar momentos importantes, desde um gol comemorado coletivamente como uma final do mundo até o afastamento de um prefeito, como aconteceu em Campos, no último dia 11. Não tem preço - embora alguns profissionais da área tragam valores pendurados em seus pescoços -, conseguir ajudar alguém desesperado, porque o poder público lhe virou as costas. Não tem preço saber que é não apenas um jornalista, mas o instrumento de solução para problemas que afligem uma comunidade, cidade, estado ou um país.

Ter um sono tranqüilo não é privilégio de qualquer um, principalmente num país onde os problemas afligem cada vez mais a população. Mas esta, naturalmente, às vezes dorme mal preocupada com contas a pagar, alguém doente ou desempregado na família e imaginando como conseguirá o pão de cada dia. Os demais, muitos perdem o sono, talvez porque a imoralidade em que vivem os coloca correndo risco de virem a ter o mesmo destino dos assessores e pessoas ligadas ao prefeito Alexandre Mocaiber, recentemente, em Campos. Ou ainda – mesmo que raramente – com a consciência pesada dos crimes que cometem e da contribuição para aumentar o sofrimento de pessoas inocentes.

Quanto a nós, de O Diário, o sono tem sido tranqüilo, tranqüilo mesmo, mais, muito mais do que se possa imaginar, embalados pela certeza de que estamos cumprindo com nosso dever de formar opinião com dignidade.

terça-feira, 18 de março de 2008

Eu não disse?


Quem diria... Com orgulho, inicio com uma indagação que algumas pessoas detestam ouvir quando erram depois de terem sido avisadas. Há quanto tempo venho citando os absurdos que acontecem em Campos e, finalmente: A casa caiu! Uma semana depois do “telhado de vidro” cair aos pedaços junto com a casa, vamos aqui analisar a situação que deixou Campos envergonhada de possuir políticos tão sujos, sendo destaque em jornais nacionais e internacionais, pelo rombo que causaram aos cofres públicos municipais.
O desrespeito e a falta de humanidade diante das necessidades vividas pelo povo de Campos, em momento algum, foram capazes de sensibilizar os membros da quadrilha que sugavam escancaradamente o erário público, que deveria ser usado em benefício da coletividade e do desenvolvimento deste município falido.
Os seres políticos que estão envolvidos nos escândalos de corrupção em Campos são, em geral, personalidades travestidas de simpatia e mansidão, cruéis inquisidores, críticos ácidos de todos os que não se subjugam aos seus estreitos critérios. A política, que deveria ser a arte de gerir o bem comum, passou a ser a arte de desejar chegar ao poder e permanecer nele indefinidamente.
E neste desejo insano, o prefeito afastado Alexandre Mocaiber, tenta correr atrás do prejuízo e voltar a cadeira do Executivo, afinal de contas, o tempo urge e, como citei em antigos artigos que se encaixavam no perfil de alguns políticos, “a ocasião faz o ladrão” e eles estão por ai – muitos até soltos -, sempre a atender inconfessáveis sonhos de poder e projeção e a conspirar contra os ingênuos e mentalmente indefesos.
Aliás, as imagens exibidas pela Tv Record além de causarem nojo, causaram indignação, como se o prefeito Mocaiber tivesse dado um atestado de burrice ao povo de Campos, por saber usar da maneira como melhor lhe conveio o dinheiro público, bancando suas mordomias e de seus convidados no camarote de R$ 100 mil pagos por Geraldo Seves - empresários dos shows superfaturados que continua preso no Rio -, provavelmente numa troca de favores, afinal, sem o consentimento de Mocaiber seria impossível superfaturar shows, certo? Certíssimo!
Tão certo como posso afirmar que as pessoas que antes desfilavam com adesivos em seus carros, hoje não ousam mais fazer isso. Talvez, isso prove que a vergonha deixou de ser artigo para alguns poucos, embora outros ainda batam no peito e usem camisas que trazem, vergonhosamente escrito: “Sou 100% Mocaiber”. Hoje, lembro dos meus antigos artigos e me orgulho deles, porque a verdade está aparecendo, aos poucos, e fazendo muitos queixos caírem ao chão junto, assim como “A CASA CAIU!”. O governo que achava necessário proteger as mentiras para que a falsa verdade permanecesse, esgotou seu repertório e está desmoronando, pedaço por pedaço.
Mocaiber entrava dizendo que iria usar a verdade para combater a mentira e logo, logo, estava usando a mentira para fazer valer sua nova “verdade”. Ele dizia: “Eu dou cheque em branco aos meus secretários”. Mais uma mentira, pois o prefeito pensa: “A verdade não pode ser dita; preciso da mentira para que o sistema não caia, para que meu governo não se desmantele e para que eu me reeleja. Eu minto em nome de uma verdade maior!”.
Mas como a vida não pode se resumir numa carreira insana na direção de prazeres materiais que se esfumam no momento da posse, muitos assessores de Alexandre Mocaiber começam a perceber que, realmente, “toda verdade é um dia revelada” e a mão da Justiça não é tão leve como muitos imaginaram um dia.

terça-feira, 11 de março de 2008

Cara nova ou engana trouxa?

Parece piada o gasto desenfreado da Prefeitura de Campos com projetos do tipo “Cara Nova”, que apenas faz serviços de capina, retirada de lixo e pintura de paralelepípedos com cal – que na primeira chuva sai. Com isso, os bairros vão ficando bonitinhos e embora os buracos continuem imensos, a diferença é que agora, caímos em crateras um pouco mais limpas que antes.
O povo assiste a tudo isso, o dinheiro indo pelo ralo, no entanto, não esconde a revolta de saber que está sendo iludido, enganado por um governo que gasta recursos públicos para encher os olhos dos habitantes desta cidade, que carece de respeito, além de condições para viver melhor e com, pelo menos, dignidade.
Somos tão mesquinhos que conseguimos ficar comovidos com imagens do Jornal Nacional mostrando crianças que andam quilômetros a pé para chegar até a escola, mas ignoramos o fato de que aqui, em Campos, crianças também andam cerca de cinco quilômetros a pé porque o prefeito não paga os carros que estão cadastrados pelo poder público municipal para fazer o transporte das mesmas.
Em alguns casos, o atraso chega a quatro meses, em um contrato com validade de seis meses.Somos tão mesquinhos que assistimos normalmente reportagens sobre desvio de dinheiro público e esquemas com funcionários fantasmas, mas não somos dignos para falar sobre o assunto, talvez porque em Campos, qualquer caso que seja noticiado ou estoure, acaba respingando em dezenas de pessoas também envolvidas nos “esquemas”.
É tão comum ver pessoas denunciando abusos da Prefeitura de Campos, assim como é normal trazer essas denúncias nas páginas dos jornais. Porém, é ainda mais revoltante, além de constatar os erros da administração municipal, é ver que tem muita gente dentro dessa bomba relógio, que a qualquer momento pode explodir.
Independente de explodir ou não, mesmo que seja o desejo dos justos, nosso melhor termômetro continua sendo a moralidade, embora nos dias de hoje, vivemos em uma cidade onde a moral virou uma prática do passado e os valores estão cada vez mais invertidos. Na verdade, os valores são tão invertidos que os ladrões passaram a ser os mocinhos da história e os corretos são os tortos, os que não merecem crédito.
Isso só acontece em Campos!

terça-feira, 4 de março de 2008

"Água mole em pedra dura..."

Anúncios nas emissoras de televisão, rádios e jornais, nos levam a discutir o verdadeiro valor que Campos dá as potencialidades que já possuímos. O governo municipal, ao contrário de recuperar riquezas, investe na implantação de novas empresas que oferecem o mínimo de empregos à população, além de não qualificar a mão de obra para atender o mercado.
Enquanto o poder público esquece nossas riquezas, deixamos outras entrarem em nossa cidade, se apossarem do nosso espaço e ignoramos o que um dia foi o orgulho desta terra. Com tristeza, olhamos o que restou da falta de investimentos dos governos municipal e estadual, deixando tudo acabar.
Pela manhã, depois de acordar, ao saborear o café você percebe como somos mesquinhos e não nos importamos com nada que acontece a nossa volta. Ao pegar o pote de manteiga, naturalmente abre e espalha no pão um produto feito logo ali, no vizinho município de São João da Barra, há quase 50 quilômetros de distância. Depois de se servir com uma deliciosa manteiga “sanjoanense”, é a vez do leite. Abre a geladeira e encontra o quê? Um litro de leite vindo diretamente da Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL), do distrito de Colubandê, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
E o Governo do Estado ainda se orgulha de ter reativado a cooperativa de São Gonçalo, há dois anos, sem preocupar-se com os produtores de leite de Campos e região, que estão sem ter para onde escoar a produção, muitas vezes tendo que destinar o leite para outros municípios, como Itaperuna, quando temos uma estrutura invejável, como é a Cooperativa de Produtores de Leite de Campos (Cooperleite) e que precisa de vontade política para voltar a operar, abrindo empregos e gerando recursos.
Muito dinheiro já foi investido em um empreendimento do qual hoje resta apenas história. Em março de 2004, a Prefeitura de Campos repassava R$ 600 mil à Cooperleite, num convênio dividido em quatro parcelas de R$ 150 mil direto aos cofres da cooperativa. O objetivo era estender as linhas de produção de leite e seus derivados através do aumento da capacidade receptiva do leite in natura e da industrialização.
Quatro anos depois, a visão que se tem da Cooperleite é de descaso e do mínimo de preocupação com os produtores rurais de Campos. Com um parque industrial moderno e bem cuidado, de onde saia produtos para todo o Estado do Rio e estados vizinhos, hoje não produz mais nada.
O município que se gaba em ser um empreendedor ao fornecer financiamentos para novas indústrias se instalarem aqui, em nossa cidade, é o mesmo indiferente ao saber que essas empresas não trazem contrapartida para a população, além de não valorizar os profissionais locais.
As gordas cifras investidas em indústrias que caíram antes mesmo de decolar, como a Canabrava e a fábrica de acetona, seriam muito bem-vindas para a reativação de empresas como a Cooperleite que, além de gerar empregos para nosso povo, poderia ajudar a projetar o nome do município.