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terça-feira, 4 de março de 2008

"Água mole em pedra dura..."

Anúncios nas emissoras de televisão, rádios e jornais, nos levam a discutir o verdadeiro valor que Campos dá as potencialidades que já possuímos. O governo municipal, ao contrário de recuperar riquezas, investe na implantação de novas empresas que oferecem o mínimo de empregos à população, além de não qualificar a mão de obra para atender o mercado.
Enquanto o poder público esquece nossas riquezas, deixamos outras entrarem em nossa cidade, se apossarem do nosso espaço e ignoramos o que um dia foi o orgulho desta terra. Com tristeza, olhamos o que restou da falta de investimentos dos governos municipal e estadual, deixando tudo acabar.
Pela manhã, depois de acordar, ao saborear o café você percebe como somos mesquinhos e não nos importamos com nada que acontece a nossa volta. Ao pegar o pote de manteiga, naturalmente abre e espalha no pão um produto feito logo ali, no vizinho município de São João da Barra, há quase 50 quilômetros de distância. Depois de se servir com uma deliciosa manteiga “sanjoanense”, é a vez do leite. Abre a geladeira e encontra o quê? Um litro de leite vindo diretamente da Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL), do distrito de Colubandê, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
E o Governo do Estado ainda se orgulha de ter reativado a cooperativa de São Gonçalo, há dois anos, sem preocupar-se com os produtores de leite de Campos e região, que estão sem ter para onde escoar a produção, muitas vezes tendo que destinar o leite para outros municípios, como Itaperuna, quando temos uma estrutura invejável, como é a Cooperativa de Produtores de Leite de Campos (Cooperleite) e que precisa de vontade política para voltar a operar, abrindo empregos e gerando recursos.
Muito dinheiro já foi investido em um empreendimento do qual hoje resta apenas história. Em março de 2004, a Prefeitura de Campos repassava R$ 600 mil à Cooperleite, num convênio dividido em quatro parcelas de R$ 150 mil direto aos cofres da cooperativa. O objetivo era estender as linhas de produção de leite e seus derivados através do aumento da capacidade receptiva do leite in natura e da industrialização.
Quatro anos depois, a visão que se tem da Cooperleite é de descaso e do mínimo de preocupação com os produtores rurais de Campos. Com um parque industrial moderno e bem cuidado, de onde saia produtos para todo o Estado do Rio e estados vizinhos, hoje não produz mais nada.
O município que se gaba em ser um empreendedor ao fornecer financiamentos para novas indústrias se instalarem aqui, em nossa cidade, é o mesmo indiferente ao saber que essas empresas não trazem contrapartida para a população, além de não valorizar os profissionais locais.
As gordas cifras investidas em indústrias que caíram antes mesmo de decolar, como a Canabrava e a fábrica de acetona, seriam muito bem-vindas para a reativação de empresas como a Cooperleite que, além de gerar empregos para nosso povo, poderia ajudar a projetar o nome do município.

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