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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Cada um tem o parceiro que merece...


Quando pensamos em relacionamentos amorosos, quando queremos encontrar alguém, a pessoa certa para amarmos, somos obrigados a efetuar uma escolha. Toda escolha seja consciente ou inconsciente implica, portanto, em uma decisão. Nesse momento propriamente antes do relacionamento, há um movimento que atende uma meta, um objetivo final: algo ou alguém é escolhido em detrimento de uma grande gama de opções.
Para compreender melhor o que orienta a escolha de um parceiro amoroso e quais os critérios envolvidos nessa escolha é necessário saber o que é projeção. A projeção é um fenômeno psicológico inevitável e acontece inconscientemente, estando presente em qualquer relacionamento. Antes mesmo de optar por um parceiro, a pessoa já projeta no outro conteúdos inconscientes, expectativas de como esse parceiro deve ser, se comportar, etc.
A projeção permite que a pessoa transfira para o outro desde experiências parentais reprimidas, energias fragmentadas autônomas, idéias ou desejos carregados de afetos, etc. Essa transferência de sentimentos, desejos, e afetos são desconhecidos pela consciência. Muitas vezes nossas próprias imperfeições e aspectos repelidos são depositados nos outros.
Atualmente vivemos em um mundo decadente, uma sociedade que vive de imagens, desejo, poder e superficialidade. Muitas pessoas vivem cindidas, ou seja, distantes de seu inconsciente, de seus sentimentos e emoções.
Em um mundo onde estamos tão afastados de nos mesmos e dos outros, como podemos possibilitar o verdadeiro encontro amoroso? Existem pessoas que escolhem seus parceiros pelos seus carros, pela marca do relógio, do sapato, pelo dinheiro, poder e talvez segurança. Há quem escolha pela beleza física e existem aqueles que simplesmente não conseguem escolher, vivem solitários, descrentes de que um relacionamento possa dar certo.
Não há uma pessoa certa e perfeita, uma cara-metade, 'um outro mágico', que preencha todas as nossa expectativas e retribua com carinho e afeto nossos anseios. Não existe alguém que garanta um amor perfeito e imortal. Embora a gente viva sonhando com isso!
Ao escolher alguém o ego deve estar a serviço do relacionamento, e nunca o contrário, ou seja, o amor é um deus que exige ser servido e escapa de quem quer colocá-lo a serviço de suas necessidades e carências. O controle realizado pelo ego durante uma escolha não garante o verdadeiro encontro amoroso, gerando apenas insatisfação e uma sensação de vazio.Como conclusão, vale salientar que os parceiros que nos atraem, e que atraímos, correspondem ao nível que atingimos no nosso desenvolvimento pessoal. Em outras palavras, cada um tem o parceiro que merece!

Os suspeitos de sempre

No dia 17 de setmbro de 2007, completou dois meses desde o acidente com o avião da TAM. Como disse o piadista, morreram 199 pessoas e ninguém foi responsabilizado. A companhia aérea disse que não era com ela. O povo que administra o Aeroporto de Congonhas, fingiu que não viu; está preocupado com as lindas lojas locais. A Infraero saiu assobiando e contou uma outra história antiga. A Anac, apesar das demissões, também não tem nada a ver com isso. A Airbus - fabricante do avião -, emitiu nota na qual dizia que a aeronave estava perfeita (na maior cara-de-pau), porque a tal da turbina estava com problemas e dois outros aviões, lá no oriente, tinham passado pelo mesmo tipo de acidente. Por fim, foi preso o dono da casa de meretrício. E é claro que tudo isso já aconteceu antes.
No final do filme Casablanca - uma das maiores histórias em todos os tempos -, num aeroporto chuvoso e sombrio, o oficial alemão major Strasser tenta impedir a fuga de Ilsa (Ingrid Bergman) e seu marido, Vitor Lazslo (Paul Henreid), líder da resistência contra o nazismo na Europa. Lembre-se, este caso ocorria no ano de 1942. Rick (Humphrey Bogart), dono do bar, atira e mata Strasser. Ilsa e Vitor fogem para Lisboa. Rick fala então ao delegado da cidade, Captain Renault (Claude Reins): “E agora, vai me denunciar?”. Renault responde sem pestanejar: “Round up the usual suspects”, ou seja, “vou mandar prender e interrogar os suspeitos de sempre”. Ou seja, as leis que protegem as elites passam pela prisão de coitados, vagabundos, cafetões e ladrões baratos, mas só em dois lugares, num filme fictício, e no Brasil.
Mais do que fazer justiça, por causa dos filhos, pais, parentes e amigos em geral dos que morreram e estão aí sofrendo, era fundamental descobrir, julgar e condenar os culpados para que isso não ocorra novamente. Mas como isto é Brasil, vai ocorrer outra vez e ninguém será responsabilizado, exceto os suspeitos de sempre.
Um bom exemplo foi dado pela empresa Supervia, aquela que administra e explora os serviços ferroviários suburbanos no Rio de Janeiro. No dia daquele acidente entre dois trens, há menos de um mês, o presidente da companhia esteve presente no local, deu total assistência aos feridos e aos parentes dos mortos e afirmou que iria encontrar falhas e culpados o mais rápido possível. Na mesma semana ele assumiu que a culpa era da Supervia e dias após, ele, depois de ouvir os técnicos e peritos, demitiu os dois maquinistas dos trens. Sem firulas, sem sacanagens, sem protecionismo e ponto final.
Duvido que a TAM (ou a Infraero, ou a Airbus, ou ainda a Anac) assuma os seus erros de uma forma tão clara e justa como fez o dono dos trens. Eles podem prender os suspeitos de sempre, no caso, um cafetão.