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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

“...E ainda tem besta que diz: eita que prefeito bão!”


Há alguns anos, para alimentar uma trajetória política, muitos buscavam humildes votos na Baixada Campista. O caminho para as localidades mais distantes era percorrido a olhos fechados, sem precisar ao menos de um guia. As igrejinhas e tradicionais festas de santos em lugarejos pobres eram bancadas por “políticos Papai Noel” – que diz existir, mas ninguém os vê.
No final do ano passado e início de 2007, a Baixada Campista foi uma das áreas mais afetadas pelas denominadas “chuvas de verão”, que chegam devastando tudo, principalmente quando as localidades não estão preparadas para receber uma vazão d’água acima do normal, embora tenha estrutura para isso.
Novamente, estamos no final de mais um ano e as chuvas começam a dar uma prévia do que pode acontecer nos próximos meses, anunciando mais uma enchente e mais prejuízos para produtores rurais, pecuaristas, fornecedores de cana, ceramistas e a população da área rural, que ainda tenta recuperar as perdas registradas nos primeiros meses deste ano.
Mais um ano se passou e nada foi feito para impedir que a desgraça aconteça novamente. De novo, teremos nas páginas dos jornais, nas emissoras de televisão e rádios, notícias sobre famílias desabrigadas, desalojadas e em dificuldade em conseqüência de uma administração pública municipal despreocupada com o bem-estar de seus munícipes.
Aliás, me perdoem. Esqueço que o prefeito realmente se preocupa sim, com sua população, afinal de contas, no bairro onde moro, em menos de dois meses, duas grandes festas foram realizadas com o apoio da Prefeitura Municipal de Campos através do prefeito Alexandre Mocaiber, conforme anunciado nos microfones das festas, claro. E nessa “boquinha”, entram também os vereadores que querem renovar seus mandatos de fachada, os mesmos que deveriam ser para lutar em benefício do povo, mas que são apenas uma oportunidade para um “pezinho de meia” ou uma “gorda aposentadoria”. No microfone, o locutor – que também pode receber uma graninha pela puxação de saco -, anuncia: “Com o apoio do vereador Ailton Tavares” ou “Com o patrocínio do vereador Nildo Cardoso”.
Ficaria mais bonito e seria mais nobre, caros vereadores, asfaltar ruas, exigir boa qualidade de vida para os cidadãos, fazer cumprir as leis neste município, cobrar atuação do prefeito e seus secretários, além de usar os mandatos aos senhores confiados, para atividades e execuções dignas, honradas de homens sérios. Não significa “bancar” shows com o dinheiro da própria população e fazer disso instrumento para a promoção pessoal. É mesquinho, indecente, imoral e, no mínimo, incoerente.
Pior de tudo isso, em pagar shows como Elymar Santos, Harmonia do Samba ou patrocinar festas de laço, cavalgadas e bailes na Baixada Campista e em outros bairros de Campos, é dizer que consegue dormir com a consciência tranqüila, enquanto dezenas de famílias ainda estão desabrigadas e nenhum dos nossos 17 vereadores, esteve nos abrigões ou no motel onde essas pessoas vivem desde que perderam suas casas na última enchente.
Parabéns vereadores! Os senhores conseguem, cada vez mais, envergonhar a posição e o cargo que ocupam pela inércia, o descaso e a isenção. Talvez por estarem mais preocupados em engordar suas contas bancárias, ostentar seus luxos e apenas sustentar o título de “vereador”, onde muitos sequer sabem definir o real significado do cargo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Apenas um desabafo!

Tem uma certa fase da vida em que a gente acha que sabe tudo, pode tudo e que nada é capaz de nos abalar. De repente, vivendo neste insignificante mundinho, pequeno e sem graça, você percebe que de nada adianta pensar ou saber de tudo quando não se consegue dominar o que sente. Ai você pensa: “De que adianta ser capaz de tantas coisas se não consigo ter o que desejo, se tudo parece ser tão pouco?”
Embora se pergunte e indague tanto sobre a vida, chega a filosofar sobre os assuntos e questionar os fatos, continua sem nada, mesmo que isso custe noites sem dormir, rosto inchado de tanto chorar e perguntas do tipo: “Que merda de mulher você é? Que espécie é essa incapaz de fazer alguém feliz? Porque será que só consegue afastar as pessoas?”.
Sei lá... de repente tem uma faixa imensa em mim escrito “mantenha distância” e eu não tenha percebido ainda. Taí, esta é uma lição que todas as pessoas abomináveis, terríveis, cruéis, ruins, horrorosas e medíocres deveriam aprender, assim como venho aprendendo com as surras que a vida tem dado nos últimos tempos.
Falando em tempo, é com ele mesmo que a gente aprende que não se deve tentar nadar contra a maré quando a correnteza é mais forte; que não se deve ir contra o vento, quando se é uma borboleta e que não se deve investir em um negócio falido. É perda de tempo.
Assim são os sentimentos... falhos como as frustradas tentativas de ser feliz. Humanos, como os erros que muitas vezes cometemos tentando enfrentar os obstáculos quando esses são colocados em nossas vidas para que possamos desistir sem resistência. Na verdade, nem sempre obstáculos são barreiras que devemos ultrapassar. Muitas vezes é diante delas que percebemos que estaremos melhores se não passarmos por elas. Para os fortes e determinados, pode parecer uma atitude um tanto quanto covarde, mas para os que agem com a razão, muitas vezes é a mais sensata das ações.
Portanto, me desculpa se por tantas vezes tentei enfrentar a barreira que um dia você construiu entre nós. Posso não ter entendido, posso ter sentido errado tudo que até hoje sinto... E sinto muito por isso, de todo o coração.
Não pense que um dia fez mal a alguém, porque uma pessoa inteligente nunca permite que alguém seja responsável por sua felicidade. Não devemos passar essa grande responsabilidade para alguém, porque estaremos e sentiremos o que o outro nos der. Se der amor, nos sentiremos amados. Se retribuir com rejeição, assim nos sentiremos.
Os sentimentos são únicos e muito verdadeiros. Minha boca pode falar quantas vezes quiser que não desejo estar a seu lado, mas meu coração vai estar batendo acelerado pela felicidade de apenas ouvir sua voz. As palavras ainda temos o poder de controlar, mas como fazer com os sentimentos, se não mandamos no coração?
O mais desprezível dos órgãos do corpo humano é capaz de nos fazer morrer pela falta que faz, no entanto é capaz de nos matar aos poucos se não conseguimos amar da maneira como ele gostaria. Ah... se pudesse doaria ele agora, neste momento, só pra não sentir essa dor em que se transformou a frustração de me sentir rejeitada.
Nessa vida, quando não se aprende por bem, aprende-se apanhando dela, com todos as dores, cicatrizes e feridas ainda abertas, porque elas nunca se fecham.
Os anos vão passar, o tempo vai fazer com que outras coisas tomem o lugar em nossos corações, mas sempre voltaremos a lembrar dos fatos que tanto mal nos fez. E toda vez que sentirmos isso, sofreremos um pouco mais.
Pensei que tivesse ocupado meu coração com novos acontecimentos, mas quando me vi sentindo tudo isso de novo, percebi que ainda continuo com vontade de estar a seu lado, de ouvir sua voz, de sorrir com você. E, como se não bastasse, percebo também que a dor é maior, porque ainda não consigo entender ou aceitar o porque de um dia você não ter conseguido sentir a mesma coisa.
Sabe... passei boa parte da vida desejando chegar aos 30 anos, mesmo me achando uma pessoa um tanto quanto precoce. Meus pensamentos sempre foram a frente do meu tempo, meus desejos eram cada vez maiores e nunca encontrava barreiras para conseguir o que cobiçava. Afinal, dizem que a mulher de 30 anos não tem dúvidas, é determinada, exala segurança, sempre consegue o que quer e nunca se sente inferior aos acontecimentos.
Pensava assim... então, você surgiu e fez tudo isso desmoronar e me fez desejar voltar aos 20 anos, quando ainda pensamos poder pegar as estrelas com as mãos, construir impérios e vivendo num imbecil mundo de “achismos”.
Tudo é tão confuso que até o fato de escrever isso demonstra o quanto voltei a imaturidade, a desvalorizar a mim mesma. Tudo isso é tão triste e desumano que faz todo um mundo perceber o que sinto, menos você.
Prefiro acreditar que o seu mundo seja tão limitado a apenas você, que nem tenha como abrir espaço para os outros e para os sentimentos. Talvez, não sinta nada e esse órgão que traz no peito seja apenas para mantê-lo vivo e o único som que vem dele seja um tum-tum sem ritmo, triste e sozinho, porque assim é o som que vem do coração das pessoas que não nasceram para amar ou serem amadas.
Por enquanto, aqui dentro do meu peito ainda funciona um coração que ama, senti, sofre e dói, mas consigo ouvi-lo tão bem que, neste momento, posso dizer, é um tolo,
porque sempre aprendeu a gostar de quem não gosta dele. Mas tudo bem... Isso passa!