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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Loira x morena: uma eterna queda de braço



A loira mais famosa e cheia de charme de todos os tempos, Marilyn Monroe, pasmem, era morena, e se chamava Norma Jean Baker. Mas por que ela trocou a cor dos cabelos e até o nome? Ora, todas nós sabemos que a cor dourada sempre foi símbolo de sedução e chama a atenção do público masculino.
Por isso, um dos assessores de Marilyn um dia disse a ela que se quisesse chegar a algum lugar em Hollywood, deveria se tornar loira e ter um nome doce e melódico, com aquela suave sucessão do m, de Marilyn Monroe. Com esses cuidados mais a beleza natural da atriz e um certo ar ingênuo e frágil, estava feito o mito. Os homens enlouqueceram.
Mas Marilyn Monroe não foi a primeira nem será a última a mudar a cor dos cabelos. Antes dela a loiríssima atriz Marlene Dietrich já havia encantado as platéias masculinas e inspirado muitas mulheres a cultivarem o tom dourado. Ser loira representava atrair atenção, prestígio e poder e nessa trilha muitas seguiram como Jane Fonda, vide Barbarella, Catherine Deneuve e mais recentemente Madonna, Cameron Diaz e Britney Spears.
Conta-se que até a Rainha Elizabeth I, da Inglaterra, pediu para ter os cabelos pintados de loiros para assim conferir um ar imaculado a sua imagem. Mais lá atrás, na Renascença, a deusa grega do amor e da fertilidade, Afrodite, já exibia seu poder nas longas madeixas douradas e influenciava gerações, como as nobres do Império Romano, que sequestravam as mulheres nórdicas para roubar-lhes a cabeleira e fazer perucas loiras. Pode isso?
Outro dia, numa conversa em casa em que se discutia a beleza de algumas mulheres televisivas, um amigo saiu com essa: “É, fulana é bonita. Mas não é loira”. Como assim? Depois de pensar na afirmação por um tempo, entendi que para muitos homens, a condição sine qua non da beleza passa pelos cabelos, porém, os loiros.
Engraçado então como esses mesmos homens insistem na afirmação absurda de que toda loira é burra. Seria uma forma de destruir o poder que elas acumularam ao longo dos séculos? Ou faria parte daquele velho e dispensável costume humano de classificar as pessoas segundo rótulos? Fulano é negro, beltrano é judeu, ciclana é loira burra.
Até mesmo um amigo há 13 anos, ao reencontrá-lo e saber que havia casado, dei os parabéns e perguntei como era sua esposa. Ele, um cara inteligente e esclarecido, limitou-se a descrever a mulher com que decidira dividir todos os dias de sua vida dizendo: “Ela é loirinha”. Esperava que dissesse, pelo menos: “Ela é maravilhosa, compreende minha vida atribulada, é companheira e amiga. Nunca me cobra nada, está sempre sorrindo e me proporciona felicidade. Eu a amo muito”, mas não foi o que ouvi. Ele se limitou a destacar a cor de seus cabelos, como se fosse uma de suas causas ganhas.
Bom, seja como for, se ser loira é bom e fundamental para que uma mulher sinta-se segura e feliz, se ela tiver uma alma loira e a natureza foi injusta com seus cabelos, a indústria de cosméticos trouxe a democracia da troca de cores dos fios. Podemos ser loiras, morenas, ruivas, azuis, o que quisermos. Só não adianta querer exclusividade, como Marilyn Monroe, que exigia ser a única loira do estúdio de gravações. Aí, meu bem, é pedir demais.

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