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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Definitivamente, Deus não é surdo!


Depois de um exaustivo dia de trabalho, chego a casa com a certeza de que poderei descansar meu corpo fadigado pelo exercício demasiado da função e o compromisso incansável de informar, quando de repente, já no aconchego do meu quarto e em estado sonolento, eis que um berro espanta toda uma precisão de dormir, além de provocar o susto pelo medo repentino de estar acontecendo algum fato imprevisto.
Não era fogo tomando alguma moradia, nenhum acidente com vítima fatal e também não foi um gol do Brasil na Copa do Mundo. Tratava-se de uma manifestação religiosa, ou seja, um culto onde os presentes acreditam que, para adorar ou homenagear Deus em qualquer de suas formas ou religião, basta ter um bom pulmão e aquele que berrar mais alto é justamente o que será primeiro atendido em seus pedidos de oração.
Quero esclarecer aqui que não tenho absolutamente nada contra qualquer manifestação religiosa, desde que a mesma não perturbe a paz e tenha uma hora determinada para acabar. Também não estou discutindo religião e sim o direito do ser humano em poder, depois de um intenso dia de labuta, descansar e recuperar as energias para o trabalho do dia seguinte.
Qualquer que seja a religião, acredito que um dos princípios ensinados por Deus é “amar ao próximo como a ti mesmo”. No entanto, esse não parece ser o adotado pelos meus vizinhos, porque se conseguem berrar tão alto a ponto de incomodar não só os moradores da quadra onde acontece o culto, mas a quase todo o bairro, sinceramente é porque além de não ter amor ao próximo, desconhece a verdadeira essência dos ensinamentos do Pai.
Em certo trecho da bíblia, cita-se “quando fores orar ao Pai, entra pra dentro de ti e em silêncio”. Portanto, em momento algum a bíblia traz em seu conteúdo “gritai e berrai ao Senhor para que tua oração seja ouvida e seus pedidos, atendidos”.
Aliás, se for para analisar friamente a questão e pedindo, desde já, perdão por minhas palavras, é como se acreditassem que Deus tem algum problema de audição e por isso, em sua ignorância, colocam potentes caixas de som para que possam fazer ecoar os berros dos irmãos presenteados com gargantas abençoadas, que conseguem atingir quilômetros de distância e entrar, sem pedir licença, nos lares de muitas famílias.
Essa é só uma amostra de que a Educação não é só exercício constante no aprendizado escolar, mas na vida diária, no convívio com familiares e na comunidade em que moramos. E que, por mais que tenhamos diferenças de classe, cor ou religião, o respeito ao direito do próximo deve ser levado em consideração para que sejamos justos primeiramente entre nós e, depois, para que tenhamos a integridade de nos fazer ouvir por Deus, que escuta e protege de igual forma a todos nós, e não será o volume exacerbado dos gritos que nos fará ser mais ou menos ouvido.

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