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sábado, 14 de julho de 2018

A insegurança faz qualquer relação ruir

Entre os muitos riscos pelos quais uma relação está fadada, a insegurança de um dos dois envolvidos talvez seja a pior prova, aquela que possivelmente definirá se ambos seguirão uma vida juntos ou se colocarão um ponto final em uma história escrita lá atrás e que envolve tantos sentimentos.

De repente, duas pessoas que juraram amor e uma vida inteira juntos, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, todos os dias de suas vidas, deflagram uma guerra no território que deveria ser abrigo da família e cada dia que passa, vira um tormento. 

Para quem está de fora, pode parece uma crise superficial, como tantas que as quais o casal já sobreviveu e saiu delas ainda mais fortalecido. Mas para ele e ela, todas as tentativas se esgotaram e o convívio passa a ser uma obrigação, diante dos filhos, das famílias, dos amigos.

Um dos dois sabe que cedendo e aceitando tantas coisas, talvez consiga com que a relação sobreviva por mais algum tempo, mas permanece irredutível, porque já teria passado por crises antes e em todas as reconciliações, as promessas de mudanças eram as mesmas. No entanto, nada acontecia até que chegou ao limite, ao ponto final.

O outro, por sua vez, também não recua, não cede e trava uma batalha de egos feridos, corações partidos e um pouco de arrependimento, claro. Ninguém casa com a intenção de separar. Ninguém permite que alguém passe a fazer parte de sua vida e, de repente, se vê refém, infeliz, coagido por quem acreditava amar.

Não que o amor tenha acabado como num estalar de dedos. Esta mágica não existe, não em nosso mundo real. Ainda existe sentimento entre os dois capaz de uni-los novamente, mas a queda de braço parece ter mais valor na intenção de levar as desavenças até que um erga a bandeira branca e declare fim a uma batalha de onde não sairá um vencedor. Contudo, deixará cicatrizes imensas e ainda mais difíceis de fechar. Feridas que poderiam ter sido evitadas, não fosse a tal da insegurança e o fato de não aceitar o outro como ele é.

O fato é que nenhuma relação vem com garantias, mas antes de se jogar de cabeça, você pode analisar tudo a sua volta, como o outro é, se será capaz de lhe aceitar como exatamente como é, assim como você fará ao aceitar que alguém passe a fazer parte da sua vida, do seu mundo.

Decidir se unir a alguém por acreditar que mudará suas manias ou fará com que abandone seus vícios é um risco muito grande. O outro pode até mudar em alguns aspectos, mas não porque você deseja e sim porque ele chega a este pensamento sozinho. Um exemplo. Você não fuma, detesta cigarro, porém, seu companheiro é fumante desde que se conheceram, lá atrás, na época da faculdade. Ele também aprecia uma boa bebida, mas você nem se atreve a pensar na possibilidade de lhe fazer companhia. Tudo isso, você tinha conhecimento. Se lançou não só na relação, como no objetivo de mudar a vida do outro, fazendo com que pare de fumar e não beba mais.

Em algum momento da vida, você percebe que alcançou pelo menos um objetivo. Ele parou de fumar. A bebida continua sendo o motivo de desentendimentos frequentes, até que a crise se instale e tudo passa a ser difícil entre os dois, desde o diálogo maduro ao convívio civilizado.

 Ela não cede e ele fica indiferente, afinal, em sua cabeça, pensa que se ela o conheceu com todos estes "defeitos" e quis passar por cima de todos eles em nome do amor que os unia, se questiona se não há algo a mais nos pensamentos dela que a fizeram mudar de comportamento tão drasticamente, ao ponto do convívio deixar de ser prazeroso para ser tolerável.

Insegurança. Ela é a causa de nove em cada dez desentendimentos entre casais. Não é a bebida, o cigarro, o comportamento e sim, o sentimento de ameaça que ronda algumas mulheres que, ao invés de reconhecerem seu valor, se cuidarem e se amarem mais, buscam fora de si culpados para justificar o fim de uma relação.

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